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Boas-Vindas
Adelino Bilhalva
- fevereiro 12, 2025
- 4 min read
Começa aqui uma viagem sobre a história da gastronomia do Canoense. Quero descobrir os hábitos alimentares dos moradores da cidade desde antes da vinda dos portugueses. Aqui viviam os indígenas Tape e quero tentar descobrir o que eles caçavam, plantavam ou colhiam desse solo e que alimentos preparavam com isso. Depois temos a invasão dos Tropeiros Lagunenses liderados por Pinto Bandeira. Pouco li até então de como se deu esse processo de desapropriação dos Tapes. A história parece sempre enaltecer os “conquistadores” que deram origem a cidade e esquece de contar o que aconteceu com quem já vivia ali a séculos. O fato é que os colonizadores trouxeram outra gastronomia, mas qual? Essa grande fazenda Gravataí dos Pinto Bandeira produzia o que? E depois da vinda da linha férrea; a derrubada de uma Timbaúva para construir uma canoa; os imigrantes italianos e alemães; as comunidades pesqueiras; os quilombolas; a vinda de empresas internacionais no boom industrial; as enchentes; a pandemia; como tudo isso influenciou na forma como o canoense se alimenta? Quais são nossos hábitos? A gente é mesmo capital do Xis? E o churrasco? E a comida da nossa avó?
A gente é mesmo capital do Xis?
E o churrasco?
E a comida da nossa avó?
Não sei responder nenhuma dessas perguntas, mas inicio agora essa pesquisa, durante todo o ano de 2025, para documentar em texto, áudio, vídeo e foto tudo que encontrar à respeito. E por quê eu estou fazendo isso? Em 2012 eu criei o canal Guia de Sobrevivência Gastronômica, onde desbravei tudo quanto é cantinho de Porto Alegre em busca de alimentação digna pra quem não tem muita grana. Depois, junto com André Neto, criamos o Cozinheiro Amador, um canal que visitou mais de 200 personalidades da região metropolitana para conhecer suas receitas caseiras e afetivas. Com André também participei e vencemos a Batalha dos Cozinheiros, programa da TV Record apresentado por Buddy Valastro. Em 2017 fundei o Justo, um bar em Porto Alegre que inovou em vários sentidos. Esses e outros fatos me levaram a ser uma figura da cena gastronômica, dando entrevistas e contribuindo em diversos meios de comunicação. Moro em Canoas desde 2018 e com a minha família continuamos buscando bons lugares para comer e foi daí que surgiu a ideia desse projeto. Mas preciso da tua ajuda para ele ficar completo.
Logo abaixo tem umformulário para você me ajudar a encontrar relíquias da gastronomia da cidade. Tem em casa ou conhece alguém que tem, por exemplo:
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Livros de receitas caseiros antigos
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Revistas ou recortes de jornais sobre alimentação em Canoas
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Histórias orais sobre fatos que envolvam gastronomia na cidade
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Documentos, certificados, apostilas de cursos ministrados na região
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Fotos ou vídeos antigos que retratem eventos ou reuniões familiares em torno da mesa
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Essas são algumas ideias mas tenho certeza que por aí tem alguma relíquia que eu nem posso imaginar.
Também estou procurando o contato de pessoas históricas vivas, ou parentes delas, que tenham pistas sobre a história da alimentação do canoense, como professores, merendeiras de escolas, donos de restaurantes ou banquinhas antigas, pescadores do Paquetá, indígenas, quilombolas, agricultores, empresas de produção de alimento ou utensílios de cozinha, etc.
Ah, quando falo em passado é tudo que passou, inclusive assuntos sobre a enchente, pandemia e outros fatos recentes. Tudo vai virar história um dia.
Solte a criatividade.
Vamos lá?
Projeto aprovado no Edital Nº 385/2023 do Programa de Incentivo a Cultura da Secretaria da Cultura e Licitações do Município de Canoas.
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1 Comment
oi. teste